Pressão cresce por afastamento de líder da Assembleia de Deus após escândalo

A crise se intensifica dentro da Assembleia de Deus no Pará após o vazamento de um vídeo atribuído ao pastor Riter Marques, presidente da Convenção Interestadual de Ministros e Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus do Pará (Comieadepa). Diversas lideranças da denominação, especialmente de municípios do interior, têm se manifestado publicamente cobrando o afastamento imediato de Riter, acusado de quebrar o código de ética e princípios religiosos da instituição.

Apesar da pressão, a Mesa Diretora da Comieadepa, composta por 21 pastores, decidiu inicialmente pelo perdão ao líder religioso, em uma decisão considerada surpreendente. Segundo fontes internas, a decisão teria sido influenciada por articulações do deputado federal Olival Marques, irmão de Riter, que atua nos bastidores para evitar o afastamento. Há suspeitas de que alguns membros da Mesa tenham sido favorecidos com indicações políticas intermediadas pelo parlamentar.

O regimento interno da convenção, em seu artigo 28, estabelece que, em casos envolvendo membros da Mesa Diretora ou do próprio Tribunal de Ética, o representado deve ser afastado durante todo o processo disciplinar. A norma, no entanto, não foi aplicada neste caso, o que gerou ainda mais descontentamento entre parte do clero assembleiano.

Enquanto isso, algumas lideranças, como representantes da igreja em Castanhal, ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o caso. O silêncio de parte da liderança e o perdão concedido pela Mesa Diretora têm gerado questionamentos sobre a condução ética e transparente do processo.

O pastor Riter Marques deverá responder formalmente ao Tribunal de Ética da convenção, mas sua permanência no cargo durante o trâmite do processo contraria o que determina o regimento da própria instituição.

Com informações: Belém Online